quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Pudim

"Não há nada que me deixe mais frustrada do que pedir Pudim de sobremesa, contar os minutos até ele chegar e aí ver o garçom colocar na minha frente um pedacinho minúsculo do meu pudim preferido. Uma só... Quanto mais sofisticado o restaurante, menor a porção da sobremesa. Aí a vontade que dá é de passar numa loja de conveniência, comprar um pudim bem cremoso e saborear em casa com direito a repetir quantas vezes a gente quiser, sem pensar em calorias, boas maneiras ou moderação. O PUDIM é só um exemplo do que tem sido nosso cotidiano. A vida anda cheia de 'meias porções', de prazeres meia-boca, de aventuras pela metade. A gente sai pra jantar, mas come pouco. Vai à festa de casamento, mas resiste aos bombons. Conquista a chamada liberdade sexual, mas tem que fingir que é difícil (a imensa maioria das mulheres continua com pavor de ser rotulada de 'fácil'). Adora tomar um banho demorado, mas se contém pra não desperdiçar os recursos do planeta. Quer beijar aquele cara 20 anos mais novo, mas tem medo de fazer papel ridículo. Tem vontade de ficar em casa vendo um DVD, esparramada no sofá, mas se obriga a ir malhar. E por aí vai.


Tantos deveres, tanta preocupação em 'acertar' e 'acertar', tanto empenho em passar na vida sem pegar recuperação... Aí a vida vai ficando sem tempero, tão politicamente correta e existencialmente sem-graça, enquanto a gente vai ficando melancolicamente sem tesão... Às vezes dá vontade de fazer tudo 'errado'. Deixar de lado a régua, o compasso, a bússola, a balança e, quem sabe, algo dos 10 mandamentos. Ser ridícula, inadequada, incoerente e não estar nem aí pro que dizem e o que pensam a nosso respeito. Recusar prazeres incompletos e meias porções. Até Santo Agostinho, que foi santo, uma vez se rebelou e disse uma frase mais ou menos assim: 'Deus, dai-me continência e castidade, mas não agora'. Nós, que não aspiramos à santidade e estamos aqui de passagem, podemos (devemos?) desejar alguns ou vários pedaços de pudim, bombons de muitos sabores, vários beijos bem dados, a água batendo sem pressa no corpo, o coração saciado.


Um dia a gente cria juízo. Um dia. Não tem que ser agora. Por isso, garçom, por favor, me traga: um pudim inteiro, um sofá pra eu ver 10 episódios do 'Everwood', uma caixa de trufas bem macias e o Richard Gere, embrulhado pra presente. OK? Não necessariamente nessa ordem. Depois a gente vê como é que faz pra consertar o estrago."

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

HAPPY NEW YEAR




"Vai ter amor, vai ter fé, vai ter paz. Se não tiver, a gente inventa."

É isso.
Feliz ano novo!

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

É, quem tem que ficar, fica!


“A gente nem precisa ficar se beijando nem nada, mas quando vai ver pegou na mão um do outro de tanto que se gosta e se cuida e se sabe. Já tivemos nossos tempos de passar nervoso e aquela coisa toda de quem ama prematuramente. Mas evoluímos para esse amor que nem sei explicar. Ele me conta das meninas, eu conto dos caras. Eu acho engraçado quando ele fala “ah, enjoei, ela era meio sem assunto” e olha pra mim com saudade. Ele também ri quando eu digo “ah, ele não entendeu nada” e olho pra ele sabendo que ele também não entende, mas pelo menos não vai embora. Não temos ciúmes e nem posse porque somos pra sempre. Somos pra sempre. Se ele me corta é como se a frase que eu fosse falar fosse mesmo dele. E eu amo ele. E sempre acabamos suspirando aliviados “alguém é bobo como eu, alguém tem esse humor”. E esse é meu presente: Quem tem que ficar, fica.”

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Alguém me passa a garrafa?


"Nunca, jamais diga o que sente. Por mais que doa, por mais que te faça feliz. Quando sentir algo muito forte, peça um drink."




Tenho que começar a beber. Urgentemente.

Coragem de amar e desamar, coragem de morrer e desmorrer,
coragem da cólera, da tristeza - ô Deus -
até nos enterros, as pessoas tão contidas, tão exemplares.
Se controlando pra não chorar alto, porque se o choro fica forte
já vem alguem com a pílula, a injeção, o analista.

sábado, 18 de dezembro de 2010


Quando você finalmente voltar, não quero que diga simplesmente que sente saudades, quero que me dê um abraço forte e diga: Me desculpe por te deixar.
Certamente eu iria deixar cair algumas lágrimas, mas elas serão de felicidade e do quanto eu senti sua falta.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

E essa dor?


"A vida é incontornável. A gente perde, leva porrada, é passado pra trás, cai. Dói, ai, doi demaais. Mas passa. Está vendo essa dor que agora samba no seu peito de salto agulha? Você ainda vai olhá-la no fundo dos olhos e rir da cara dela. Juro que estou falando a verdade. Eu não minto. Vai passar."